segunda-feira, 29 de junho de 2009

Olhando as estrelas

Está eternizado em meu coração
As mãos entrelaçadas e o brilho no olhar
Distantes de tudo em alguma constelação
Olhando as estrelas... entre o céu e o mar

Eu deixei de acreditar no que era possível
Por não saber que sonhos poderiam ser reais
Deixei de sonhar acordado e me tornei vazio
Veio você me despertar para os sonhos mais lindos

Tenho olhado as estrelas sem acreditar
Olho para cima e vejo teu rosto em todo lugar
Sorriso sem fim de quem só quer o bem
Até onde vai aquilo que não se quer parar?

Felicidade que deixa o tempo mais veloz
Ele corre contra o nosso desejo de ficar
Beijo sem fim que um dia apenas sonhei
Verde e castanho não param de se olhar

As mãos entrelaçadas com certeza e verdade
Sem querer a gente descobre no outro uma metade
Não deixa o medo te fazer comparar
Olhe as estrelas elas não param de brilhar

Tudo é um sonho que se torna real
Parece desenhado o acaso que se torna destino
Você ao longe acenando e chamando meu nome
Eu te esperando... te abracei e fechei os olhos sorrindo

O destino é um mapa desenhado por um cego
Nada é por acaso e tudo mudou de uns dias pra cá
Perguntamos a mesma coisa... onde você estava?
Eu estava sempre aqui... que bom te ver chegar

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Fluxograma Acadêmico de um Jornalista

O fluxograma é uma lista de disciplinas dividida entre os semestres que transcorrem através dos anos de uma graduação. Uma divisão pragmática do conhecimento. Uma forma de organizar tudo aquilo que, por exigência do mercado, das universidades e da própria profissão, não pode deixar de ser estudado e, por assim dizer, compreendido e fixado na cabeça de quem pretende ser um bom profissional. Basicamente é isso.

A questão é que isso é apenas uma parte de tudo que acontece durante os quatro ou cinco anos de uma faculdade. Para a maioria, o fluxograma é tudo de que se precisa. Uma lista a se derrubar. Uma lista que vai diminuindo na medida em que os nomes são riscados. E esquecidos! Principalmente porque o professor era chato pra c@#$#*@. E logo essa lista termina como o ponto final que encerra esta frase. Ufa! Tudo aquilo já foi, terminei, me formei, agora é só pegar o diploma e cair no mercado. Ou ser derrubado por ele! E logo essa conversa chata sobre o que, para mim, é a droga de um fluxograma termina, acaba, fica guardada na última gaveta das coisas inúteis do meu inconsciente. E agora que estou escrevendo sobre, lembro que a professora pediu uma lauda inteira. Eu poderia aumentar um pouco o tamanho da fonte pra ganhar espaço. Talvez um negrito aumente mais. Sinceramente, não acredito em minhas palavras rebuscadas e irônicas. Palavras que aprendi em algum semestre (do fluxograma) num texto xerocado que eu só li (a metade) porque ia ter uma prova. Francamente! Acredito em outras coisas que não estão em lista alguma. E esse conhecimento é tão importante quanto a soma dos créditos do semestre e a nota da prova final.

Tudo aquilo que faço com meu tempo livre, entre uma aula e outra, nos corredores e na convivência com pessoas que tanto tem para ensinar. Nas minhas percepções e descobertas solitárias onde eu senti com inteligência e pensei com emoção. No teatro, no estágio, no sofá da minha sala, entre as prateleiras da biblioteca. O cheiro dos livros, a textura do papel, o clarão de idéias sobre coisas que nunca imaginei se não tivesse lido. Não, o fluxograma não é tudo. Ele é uma parte importante de tudo que aprendi a gostar no Jornalismo. Ele é como um aviso: você não pode deixar de saber isso e eu, como professor, não poderia deixar de te mostrar, mesmo que você, como aluno, não goste.

Em algum momento acontece aquele estalo na nossa cabeça. No primeiro semestre, no terceiro e até no último. Para alguns é a euforia de perceber que é legal descobrir coisas novas. A identificação e a realização de estar no caminho certo, fazendo o que gosta. Para outros é a amarga e inconfundível sensação de que perdeu tantas coisas e esteve dormente por toda uma graduação. Percebe que poderia ter aprendido mais, ter feito mais do que simplesmente ir às aulas (quando ia) e cumprir, mesmo que à risca, o famigerado fluxograma. Comigo isso veio no meio de uma aula de filosofia. A vã e chata filosofia de que tanto falam pelos corredores. Afinal, ela não tem nada, nadinha a ensinar. Não vai fazer diferença nenhuma no meu dia! No meu estágio? Na redação de um jornal? Qualquer coisa tem o Google. Eu quero mesmo é aprender a fazer uma pauta (me deixa tirar uma xerox da tua), revelar um filme e escrever um abre legal pra minha matéria. Legal mesmo é a fotografia, o telejornalismo, o rádio, o impresso, o corre corre louco dos jornalistas que eu vejo nos filmes. Isso sim é legal. Assim eu consigo entrar na emissora tal (plim plim).

O fluxograma existe para que possamos saber o mínimo possível. O mínimo de conhecimento é o que o diploma assegura(va). O mínimo é um risco que corro quando não percebo algo além da sala de aula. Seja através das minhas pesquisas, leituras e experiências pessoais, na busca por algo que gosto, ou por que simplesmente se deseja fazer algo bem feito, para minha própria realização, para o meu crescimento, para minha satisfação. O fluxograma é uma caminhada rápida, cabe a mim escolher aonde vou me aprofundar. Jornalista sem diploma é possivel!!! No Brasil pode tudo meu amigo. Qualidade de informação sem formação profissional não!!!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

As folhas sobre as ruas onde cresci

Estranha silhueta de um acorde que ainda não sei como terminar. Eu conheci a possibilidade de não voltar a ser. Um céu de nuvens negras e linhas prateadas que a música revelou. O fundamental é mesmo diferente de tudo aquilo que guardo na gaveta. Atravessa os meus ouvidos um fio condutor. Eu me entrego de maneira tão sutil e silenciosa. A voz mansa e o coração quente. A boca úmida e a língua ardente. A face de um dado que eu nunca mais havia visto. As novas possibilidades e as cores que não podiam ser deste céu. Agora é tudo vivo e verdadeiro. Os olhos e o sorriso. O sentimento e a luz. Antes a opacidade de algo não tão sincero e vivo. O caminho de agora e as risadas dos amigos. O pôr do sol na praia e as histórias que começamos a colecionar juntos. Um momento que é mais que fundamental. Estamos vivos quando caímos na piscina. Olhe no espelho e ria de suas marcas. Eu sabia que veria esses dias mais uma vez. Eu senti meu corpo quebrando. Eu senti meu corpo dobrando-se ao frio. O inverno das folhas mortas acabou. O perfume da chuva que terminou. Agora é o sol e o vento de Junho que sopra as folhas sobre as ruas onde cresci. Quando a lágrima veio, eu me permiti sofrer. Agora é hora de sorrir. Eu sobrevivi. Agora vou viver.