segunda-feira, 2 de março de 2009

Serena

Ela veio até mim. Silenciosa e serena. Dona de si. Falou em meu ouvido. Sussurros roucos. Desarmado, embriagado, fiquei louco e surdo. Tudo era claro, entres corpos que se tocavam no escuro…

Fui devorado lentamente. Olhei nos olhos. Senti seu corpo próximo. Senti a vida pulsar em meu peito. Lembrei dias antigos. Lembrei que estou vivo. Respirei e transpirei. Fechei os meus olhos. Se um sonho era, queria continuar a dormir. Queria não acordar…

As horas não passavam. A noite era eterna e fugaz. Cada segundo era um suspiro. Nunca houve tamanho desejo entre beijos. No silêncio as línguas se entrelaçavam e se deliciavam com o sabor da boca. Percorri lentamente seu corpo. Banhei-me em seu perfume. Falei em seu ouvido. Beijei-lhe o pescoço… segurei-lhe as mãos…

Adormeci. O dia veio lentamente. A luz invadiu e nos flagrou. Desenhou o contorno do seu corpo, do seu rosto, cintilando entre seus longos cabelos. Serena despertou-me com um sussurro rouco. O sol não nos envergonhou. Ela sorriu e jogou seu corpo sobre o meu…

Não foi a noite uma ilusão. A vida não deveria ser de outra forma. Ela deveria ser despida de desculpas e desafetos. A vida é feita para ser boa. Ela deveria ser sempre… eterna… serena…

Um comentário:

  1. esse é realmente profundo!vc escreveu e descreveu o momento de certa forma que quando li,imaginei até a cena!rsrrs muito bom!

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